O Tempo
Carrasco és tu tempo imutável
Amigo e covarde que de tudo se esguia
Não sentes remorso, tampouco alegria
De tudo que é rico ou que é miserável
Alguns compartilham do teu ócio afável
Entulhando o mundo com total covardia
Talvez faço parte dessa infinda agonia
Quando senti o poder do teu braço incansável
Enfim, jogo a lança e o escudo me pende
Soldado cansado que mais nada pretende
É engraçado quando me vi nu e jogado no chão
Pois na ausência do medo te ter que vencer
Gargalhei do inimigo, do medo de morrer
E matei o meu tempo com o que tinha na mão