DOUTORA IMELDA

DOUTORA IMELDA

Tristeza: está doente a sobrinha querida,

doença vil mina-lhe as entranhas. Que dó!

Há anos só vive – guerreira – vivendo só

de amparo a parentes. Foi dura a sua vida.

Mãe e pai do filho extremado – seu xodó.

Moldou-lhe a educação; deu estudos e guarida,

embora injustas injúrias mil sofridas

do ímpio esposo: em vez de proteção, foi-lhe mó.

Meu Deus, tu bem conheces as doridas tramas

que de expiação em tua bondade chamas,

tem piedade desse ente amado, Senhor.

Sei que nada devemos julgar, nós humanos.

Têm de outras encarnações viveres e arcanos,

mas eu sei dela: na atual vida é um amor.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 08/02/2010
Código do texto: T2075692
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