ALMAS UNIDAS [CLXXVI]
Canto para ninar-te em meus enleios;
sem isto, pois, já nem canções eu faço;
e, dantes, meus estorvos de devasso
eram toques à lira dos teus seios.
Hoje, que tão te mimo, por compasso,
tens sons, acordes, cá, nos meus anseios;
no corpo e n’alma, dou-te mil passeios
– meu dó-ré-mi faz rima em teu regaço.
Canto para ninar-te, e tão-somente,
pois, nos saraus, agora e doravante,
seremos nós, os dois, um só amante.
Almas unidas, num só corpo e mente,
constantes, sempre, como a noite ao dia,
num mar de amores, paz e fantasia.
Fort., 07/02/2010.