VIRTUOSA PAIXÃO
PAIXÃO VIRTUOSA
De que vale, senão para gozos terrenos,
a vida do homem de humana paixão, que é forte,
se empresta os olhos da terra somente à sorte;
se ao Divino nem créditos concede ao menos?
Inda que o nada fora sua crença e norte
cordatos haja em rixas e motes pequenos,
que alimentam vivências com mofo nos fenos;
que eivam de orgulho a vida; a vida que é morte.
Da soberba abusando, quem discrimina
ideais discrepantes que ao vulgo ilumina,
telúricas e divinas leis desconhece.
Concordar discordando é feijão com arroz
a sapiência Divina foi quem dispôs:
virtude e paixão nas mesmas veias se aquecem.