VIRTUOSA PAIXÃO

PAIXÃO VIRTUOSA

De que vale, senão para gozos terrenos,

a vida do homem de humana paixão, que é forte,

se empresta os olhos da terra somente à sorte;

se ao Divino nem créditos concede ao menos?

Inda que o nada fora sua crença e norte

cordatos haja em rixas e motes pequenos,

que alimentam vivências com mofo nos fenos;

que eivam de orgulho a vida; a vida que é morte.

Da soberba abusando, quem discrimina

ideais discrepantes que ao vulgo ilumina,

telúricas e divinas leis desconhece.

Concordar discordando é feijão com arroz

a sapiência Divina foi quem dispôs:

virtude e paixão nas mesmas veias se aquecem.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 06/02/2010
Reeditado em 06/02/2010
Código do texto: T2072487
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