Soneto de amor selvagem
Só pra ti minha deusa de primores
Minha boca amordaço e me flagelo
Dou-te meu tesouro tão singelo
Quero só para mim teus sabores
Ventos se enleiam, cantam mil louvores!
Bailam teus cabelos com desvelo
Teus ardores rompem todo gelo
Deste meu deserto de horrores...
Sim teus rubros lábios deleitosos,
Ó belo olhar celeste esverdeado!
Convidam a prazeres amorosos...
Caio entregue a vós arrebatado
Adormecido em teus seios formosos...
Por carícias selvagens arranhado!...