Feliz ausência
Haverá, talvez, o esplendor d'um dia
que vá jorrar de mim felicidade,
que me desprenda os braços da saudade
dos teus braços e que'u te abrace numa sinfonia?
Do mel da tua voz a melodia,
dos olhos cor de mar serenidade,
do teu corpo perfeito, quem há de
ausente assim viver com alegria?
Se de ti eu ficar distante, minha santa,
que'u viva só, por silêncio atormentado,
e se eu for me desfazendo, a cada hora,
Que me traga a agora a morte a minha manta,
passarei com ela alegre pr'outro lado,
mais feliz que nesta vida sem aurora!