Primeira luz
Ó dias claros de sol brilhantes!
Do teu seio esse fulgor que brota
explode minh'alma a cada instante,
mas esquiva-se de mim a tua rota.
Nesse clarão que Deus permeia,
oásis onde o olhar dolente abeira,
cá no fundo a saudade me pranteia
em seu retrós, partilhando minha cegueira.
Tu que és um mar de luz sagrada,
aviventa este meu ser em tua jornada,
quero te ver passar assim, risonho.
Já escuto o crepitar d'uma faúlha,
tênue raio que transpassa minha tulha;
beber tua luz, avinhar-me em sonhos.