Barquinhos de Papel
Fagner Roberto Sitta da Silva
Ainda lembro das tardes da primeira
infância, quando, após a chuvarada,
eu deixava barquinhos pra enxurrada
levar numa inocente brincadeira.
Infância não perdida, relembrada,
que vejo como imagem verdadeira;
tábua de salvação da vida inteira
esta que num segundo é resgatada.
E, se ora, como em tela de cinema,
surges, vindo habitar este poema,
é que ainda a avisto pelos meus caminhos.
É que ainda a avisto, ao longe, quando penso
que nessa minha vida, mar imenso,
são lindos sonhos esses meus barquinhos!
30 de dezembro de 2009.
__________
Publicado em Jornal Comarca de Garça, Caderno 2 - Sempre aos Sábados, dia 9 de janeiro de 2010.