DESAGRAVO (humor)

Há poeta que às lindas damas assedia

peremptoriamente não tenho por justo.

Insinuações, rebuscando-lhes o busto,

seja, embora, no clássico da poesia.

Desagravo é ilícito. Mas faça-o, robusto.

O mesmo verbo do assédio, agora avalia

as armas do duelo nesta guerra fria;

as formas cabíveis neste embate vetusto.

Mas que seja sério o duelo. Jamais

seja-lhe permitido o uso de armas letais;

que venha a poesia a brincar no recanto.

Elas todas merecem: são fadas formosas,

são líquenes do homem; fêmeas aromosas

seja nosso tributo o respeito, portanto.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 03/02/2010
Reeditado em 03/02/2010
Código do texto: T2066447
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