SONETO DAS ROSAS [CLXXIII]
No galho, aquela rosa verdadeira,
fugaz, oculta a própria realeza;
outra rosa, no jarro, sobre a mesa,
faz alarde de si, a vida inteira.
Perecível, num berço de princesa,
os poetas mais votam na primeira;
a segunda das rosas vem da feira;
não perece, mas sem fragrância acesa.
Duas rosas, assim, bem comparadas,
dão-nos cópia de como vale a vida
natural e sem pétalas compradas.
Mas a Rosa que aflui à minha mente,
esta, sim, já por mim a preferida
– a mulher a quem amo, doidamente.
Fort., 02/02/2010.