QUASE INEXISTENTE

A tristeza dessa enfermaria esquálida
que encarcera agonizantes pacientes
denunciada pela fisionomia pálida
de um frágil ser quase inexistente.

Ao escutar o brando som de um gemido
de quem ainda ousa debilmente respirar,
são os protestos de um pequeno desnutrido
que inutilmente tenta a morte protelar.

Lânguido corpo tenazmente castigado
pelo destino cruelmente condenado
a esperar a fria morte na sarjeta.

Se o homem soube habilmente concebê-lo
com magnitude deveria protegê-lo
das intempéries que porventura o acometa.