MISCIGENAÇÃO AMAZÔNICA

Doce ilusão era lembrar aqueles antigos desejos;

Nas curvas daquele rio deliciando suaves beijos;

O vivido olhar que se perdendo pelo rio infinito;

Buscava nas turbulentas águas um amor esvaído;

Aqueles lábios já ressecados por tão fria saudade;

Escondia dentro de si a beleza de tão pouca idade;

Com adereços e pinturas que não mais cintilavam;

Pois não mais existiam os olhos que os admiravam;

O calor das mãos ainda sentia a dor da despedida;

De um homem branco que estremeceu a sua vida;

E hoje, apenas lembranças lhe fazem companhia;

Contudo, jamais esquecerá daquela antiga euforia;

Pois, em seu ventre pulsa um feto com pele clara;

E tão logo nascerá índio branco, coisa não tão rara;

Paullo Henrique
Enviado por Paullo Henrique em 01/02/2010
Código do texto: T2064016
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