Errante
Por que tu segues? Segues em tormento
E desse peso e mágoa se matando?
E com as lágrimas se acostumando?
Por que não passas brando como o vento?
Aonde leva essa tua caminhada?
Por que não ficas uma vez na vida?
E vê se ao menos cura essa ferida
Que te causou a vã e torta estrada
Chega de errar, cigano, em todo cais!
Se as veredas que teus pés correram
Levaram-te à armadilha onde estás
Se não fugires, calar-se-á chorando
Como soldados que a marchar nasceram,
E, sem viver, hão de morrer marchando