SONETO DA DESPEDIDA

SONETO DA DESPEDIDA

Foi necessário que chovesse tanto

para que tanto mais o sol voltasse

a refletir a luz que a dor do pranto

inundou de penumbra minha face.

Foi-me defeso ressentir do quanto

sob a cinza do amor em desenlace

ainda me encantaria o desencanto

se esse rio de mágoa não secasse.

Não refaças o curso dos meus rios

nem acenes ‘adeus’ para os navios

de sonhos idos do meu velho cais.

Não levo nada... Só a necessidade

que ainda tenho de sentir saudade

dos teus momentos lívidos de paz.

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 31/01/2010
Código do texto: T2062214
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