CINZAS DE UM SONHO

Pois que se cale a voz do sentimento oculto
Adormecendo o tempo, matando a memória.
Fogo de palha ao vento incendiando a história
Na memória deixando as cinzas do insepulto.

A lua e o sol, o céu e o mar te prestam culto
Em fúnebres rituais de dor. E omitem o Glória
Que tu’alma dava ao canto. E era simplória
Uma lembrança minha a vislumbrar teu vulto.

Calado escuto a voz a me dizer o vento:
" Este sonho de amor não deve ser lembrado
À sombra a confundir o sonho não vivido

Pois se a felicidade eternida um momento
Se és feliz no presente, rasga o teu passado
Joga no abismo as cinzas do sonho esquecido."





* Alexandrino (Dodecassílabo).

Brasilia, (Gate's Pub, num guardanapo)  29/01/2010

 
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 30/01/2010
Reeditado em 07/11/2013
Código do texto: T2059566
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