Inocência

Se minha terra me desse do passado,

A sujeira que o pé criança,

Descalço ao chão, e de esperança,

Corria à rua – no brincar descompassado.

Se a revolta que hoje sinto perdido,

Das cirandas e das rodas do presente,

Como lá aos 10 anos onde a mente,

Quando volta já abate-me vencido.

Só quem no chão sem tristeza correu,

Deve ter vivido o prazer que morreu,

No adulto que a infância é imortal,

Sabe que o tempo é ingrato e ligeiro,

Venera teus passos inocentes derradeiros.

Dos lábios d’onde o riso lhe é primordial.

Silva Neto
Enviado por Silva Neto em 31/07/2006
Código do texto: T205954
Classificação de conteúdo: seguro