Inocência
Se minha terra me desse do passado,
A sujeira que o pé criança,
Descalço ao chão, e de esperança,
Corria à rua – no brincar descompassado.
Se a revolta que hoje sinto perdido,
Das cirandas e das rodas do presente,
Como lá aos 10 anos onde a mente,
Quando volta já abate-me vencido.
Só quem no chão sem tristeza correu,
Deve ter vivido o prazer que morreu,
No adulto que a infância é imortal,
Sabe que o tempo é ingrato e ligeiro,
Venera teus passos inocentes derradeiros.
Dos lábios d’onde o riso lhe é primordial.