O poeta

Para o amigo Irio, o Poeta Pobre

Em cada banco sombreado na praça

sentava e pensava na vida,

no simples, no puro, na graça

de cada palavra contida

no roto caderno que, ufano, se abraça;

pensava no encontro da rima perdida,

na noite vazando a vidraça que embaça

esperando uma lassa paixão escondida.

Sabia o porquê da cobiça e da fome,

exultava e falava na reencarnação;

de ego pequeno, menor que seu nome

dizia que era um'alma apagada no fim

do universo em busca de evolução;

e se foi sobre as asas de um Querubim.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 30/07/2006
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