O poeta
Para o amigo Irio, o Poeta Pobre
Em cada banco sombreado na praça
sentava e pensava na vida,
no simples, no puro, na graça
de cada palavra contida
no roto caderno que, ufano, se abraça;
pensava no encontro da rima perdida,
na noite vazando a vidraça que embaça
esperando uma lassa paixão escondida.
Sabia o porquê da cobiça e da fome,
exultava e falava na reencarnação;
de ego pequeno, menor que seu nome
dizia que era um'alma apagada no fim
do universo em busca de evolução;
e se foi sobre as asas de um Querubim.