Poema divino

O poema divino tem palavras tantas

E, no entanto, nenhuma delas se repete.

A nenhuma, domínio sobr’outra, compete.

Nem mesmo às ditas chulas, nem às ditas santas.

O poema divino é poesia branca,

Onde rimas se dão por outras competências.

Métrica? Desafia o poder das ciências.

Ritmo? A qualquer estilo, a qualquer forma, desbanca.

No poema divino, cada ser humano

É uma palavra única, um verbo soberano

A projetar o bem e o mal que a vida canta.

E assim, por ser divino, é incompreensível;

Ao mesmo tempo é claro e é indecifrável.

Aos olhos de quem lê, escandaliza e encanta.

Frederico Salvo

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Frederico Salvo
Enviado por Frederico Salvo em 27/01/2010
Reeditado em 29/01/2010
Código do texto: T2054644
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