Soneto 512 com Marcos Loures


*CORTANDO ESTRADAS


Vi na estrada pedaços de tormento,
Lágrimas que corriam feita rio,
Mão acenando pensamento vazio,
Sede de amor causando ferimento.

Andei mais um pouco não vi sorriso,
Colhi uma flor solitária  no relento,
Murchou sem olhar no contratempo,
Nunca vi na caminhada paraíso
.
Toda a multidão que encontrei na rua,
Estavam sós, sem olhar pelo irmão,
Oculta cada uma em sua dimensão
Cortei estrada com a alma quase nua.

Apenas na palavra ocultava o mundo
E Vi mais desilusão, em cada segundo. 
                                                 sonianogueira


Buscara algum caminho em que pudesse
Ao menos vislumbrar a liberdade,
Sem nada que em verdade ainda agrade
Vazio versejar meu tempo tece.

E o quanto se fizera o bem que esquece
O medo que persigo ora me invade,
Enquanto em mar tranqüilo quer que nade
Uma alma transparente que tivesse

Percorro em descaminhos outras sendas
Que embora muitas vezes tu repreendas
No fundo não divergem desta foz,

Ainda que se mostre mais escura
A estrada que em desníveis me tortura
Às vezes mais suave ou mesmo atroz...
                                               marcosloures
Sonia Nogueira e Sonia Nogueira e Marcos Loures
Enviado por Sonia Nogueira em 27/01/2010
Reeditado em 16/02/2014
Código do texto: T2053865
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