BRAÇOS, BARCOS VELEIROS
Meus braços não mais resistem _ porquanto
Fracos, desajustados flecha e arco,
Nos mares são perdidos vela e barco
Carregando tristeza e desencanto.
Sem comando, sem roteiro, entretanto,
Seguem o traçado destino _ marco
Do desatino em qual nest’ora embarco
Velejando infinito mar de pranto.
Ai, quem os avistasse antes erguidos
Chorava de vê-los assim feridos,
Rodopiando em círculos concêntricos.
Meus braços, velas rotas, arriadas,
Velhos veleiros, antigas jangadas
À fria imensidão d’um cais idênticos.