Tão humanos, tão efêmeros

Desmentir, pra quê? Há tantos motivos

Somos alegres assim, mentirosos

Cultivamos a vida em negros lençóis, receosos

Contudo, achamos a vida mais atrativa, cheia de viço

Não mentir, pra quê? Há tantas maneiras

Amamos indiferentes à noção da verdade

Amamos cruelmente, na violência da vaidade

Amamos tão cínicos, e o resto é besteira

Chegou a hora de ser verdadeiro, senhorita?

Precisamos mesmo de um conjunto a mais?

Não bastam a rotina dos encontros, o cenário, a bebida, as marmitas?

Por que não continuar na mentira, doce amada?!

É que somos tão humanos para aceitar nossa dor

É que somos tão efêmeros para ser obra comentada !

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 25/01/2010
Reeditado em 01/10/2011
Código do texto: T2050721
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