O BARCO FURADO DE SEMPRE...!


Ah! Quanta gente sofrida, lambida de sol e suor
Que ganha e apanha do chão o sustento do dia
Para matar a fome e se come para não se matar
Da dura labuta que lhe imputa e encurta o viver...!


Ah! Se a gente pudesse sonhar com um país melhor
Em que velho e criança o direito e o respeito teria
De olhar prá si mesmo e por um segundo se orgulhar
Do salário honesto, e mesmo modesto, ter prá comer...!


A gentalha canalha que vive por cima pisando o fraco
Se gaba, e se enraba, e ainda reclama no meio da lama
Dizendo que a culpa é somente do povo e da sua trama


Que esquece os favores e louvores em todas as campanhas
E a gentalha, tão canalha, em embalos e regalos te assanhas
Prá servir de pasto e repasto, remando sempre o mesmo barco!