SONETO PARA UMA HORA TRISTE
Não sei cantar quando a ingrata sorte
Definha em meus pálidos encantos,
As aves moribundas perdem o canto
Nesta hora fatal em que chega a morte.
Assoma-se em mim o fim de tudo,
O engenho de meu estro se quebrou,
Quebrou a lira, nada mais me ilude,
O fanal da esperança se apagou.
Fui dos viventes o mais desgraçado,
Quanta avalanche eu tirei da estrada,
Quanta dor eu senti resignado.
De que vale lutar contra a tormenta,
O exausto caminheiro deixa o fardo
Quando suas pernas não o aguentam