Ágape
Agora frente a frente nós estamos
De abraços carinhosos tão sedentos
Lembrando, vãos, as glórias dos momentos
Que, inúteis, nos levaram tantos anos
Corri contra teu rosto (Oh, pés insanos!)
A fim de me curar no salso argento
Lavar minhas feridas inda a tempo
De pôr, no escuro olvido, meus arcanos
Mas nada que façamos ou dissermos
Há de cicatrizar corpos enfermos
De dores indeléveis como as nossas
Escravos de sentidos tão complexos
Viremos contemplar nossos reflexos
Nas águas lutulentas destas poças!