Ágape

Agora frente a frente nós estamos

De abraços carinhosos tão sedentos

Lembrando, vãos, as glórias dos momentos

Que, inúteis, nos levaram tantos anos

Corri contra teu rosto (Oh, pés insanos!)

A fim de me curar no salso argento

Lavar minhas feridas inda a tempo

De pôr, no escuro olvido, meus arcanos

Mas nada que façamos ou dissermos

Há de cicatrizar corpos enfermos

De dores indeléveis como as nossas

Escravos de sentidos tão complexos

Viremos contemplar nossos reflexos

Nas águas lutulentas destas poças!

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 21/01/2010
Código do texto: T2043499
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