Soneto

Há no meu peito um tufão.

Nas veias rápidas correntes

Que, perniciosas serpentes,

Marulham torpe coração.

Precipitada tez sombria

Liquifaz olhos deslumbrados

Em néctar para o carrasco.

Oh, funesta melancolia!

Em turva água me sufocas

Por ser o mais terno amante

Da senhorita mais formosa.

Outra vez marcharei errante

Por quantas estradas lodosas

Revelarem-se doravante.

Papito
Enviado por Papito em 21/01/2010
Código do texto: T2043337
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