CANTO E DELEITE

Não almejo acariciar teu peito,

Nem o meu ao teu tocarei um dia!

Coração repleto d’amor daria

Ao proibido foro de direito.

Jamais dividiremos calmo leito,

Seja em manhã quente ou na noite fria.

Acalanta minh’alma esta agonia

Na qual, sofrendo, canto e me deleito.

Não t’importes, querido, sou feliz,

Ah, doce ilusão _ única esperança!

A vida levo em formosura e festa,

Sigo vivendo, cantando m’ia sina,

Ora o canto acerta, ora desafina,

Sustentado no sonho que me resta.

Observação: Peço milhões de perdões aos sonetistas por tentar compor um soneto.

Tenho consciência de ser uma arte para poucos abençoados pelos deuses da Poesia, mas nem por este motivo, desisto.