Lenha na fogueira
Lenha na fogueira
Através da vidraça, a fina chuva,
traz o verso inspirado na brandura;
as mãos, libertas da grossa luva,
a pena, a poesia e a sua lavratura.
Ainda que por um modo displicente,
verso por verso, sua fonte de loucura,
o poeta, em suas linhas, docemente,
despe-se, a todos, da sua armadura...
Não existe tragédia que isso mude,
tal qual, um sorriso diante do rogo,
do bandido que à sua vítima ilude.
Gota por gota, a chuva vai caindo...
Rima por rima, naquele poema lindo,
ao poeta, é mais lenha em seu fogo!
Oswaldo Genofre