Lenha na fogueira

Lenha na fogueira

Através da vidraça, a fina chuva,

traz o verso inspirado na brandura;

as mãos, libertas da grossa luva,

a pena, a poesia e a sua lavratura.

Ainda que por um modo displicente,

verso por verso, sua fonte de loucura,

o poeta, em suas linhas, docemente,

despe-se, a todos, da sua armadura...

Não existe tragédia que isso mude,

tal qual, um sorriso diante do rogo,

do bandido que à sua vítima ilude.

Gota por gota, a chuva vai caindo...

Rima por rima, naquele poema lindo,

ao poeta, é mais lenha em seu fogo!

Oswaldo Genofre

Oswaldo Genofre
Enviado por Oswaldo Genofre em 21/01/2010
Reeditado em 17/02/2010
Código do texto: T2042396
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