Tempo Amuleto

Por mais que sempre diga, e faça, e veja

Que mais veloz que a mão é o meu dia,

Bem sabes que é falácia, é ironia,

Pois que mais que o bolo, és a cereja.

Vagueias nesta veia que enseja

Dar-te todo o Globo; és iguaria

Cujo molde foge à ourivesaria

E a qual carrego onde quer que eu esteja.

Faço pouco: a labuta é lancinante,

Mas pungente é golpe no esqueleto

Que urra à tua honra a todo instante...

Não posso mais deixar-te, meu soneto,

Às escusas que faço juras ante

A rude ausência daquele amuleto!

Preto
Enviado por Preto em 20/01/2010
Reeditado em 30/07/2010
Código do texto: T2041365
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.