Alice no país das aparências

Por mais que o tempo passe eu me recuso

A dar por finda a alma de menino,

Porque se faço assim me tenho excluso

E sendo só adulto me confino

No rol da pequenez e da mesmice

Que abunda nesta terra tão tacanha;

Melhor viver assim como Alice

Do que me aventurar nesta façanha

De dar à vida, assim, um tom tão sóbrio

Ou boicotar-me à sombra do status

Por ter que digerir incoerências.

Prefiro ser menino a ser tão óbvio;

Viver se repetindo aos mesmos fatos,

Bailando no país das aparências.

Frederico Salvo

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Frederico Salvo
Enviado por Frederico Salvo em 19/01/2010
Código do texto: T2039605
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