À SOMBRA DO QUE FUI
Odir, de passagem


Ó sombra do que fui, o que me trazes
dos meus passos perdidos, que seguiste
como fantasma em rictos fugazes,
e, como eu, amargamente triste?

Será que vens para fazer as pazes
ou para me dizer que ainda existe
a sombra antiga das paixões audazes
que se fez noite, e nunca mais me assiste?

Chega mais perto, enquanto eu adivinho
por que o meu agora não possui
a sombra que assombrava meu caminho.

A tua volta a vulto constitui
a crença de que fui sem ser sozinho,
ó sombra passageira do que fui!

Oklima, 17.01.2010
oklima
Enviado por oklima em 17/01/2010
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T2035448
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