Atormentado
Sou um Fausto sem Mefistófeles, Insípido.
Um Macário sem Satã, amargurado
Um coração morto no peito. Lívido,
apodrece o meu rosto despedaçado
Um jovem, vinte e três anos e carcomido
Pela tragédia de um amor no passado
Um cérebro, desesperadamente espremido
Estourará no interior deste crânio malfadado
Redigirei então com o licor da minha mente
Meus últimos versos desgraçados
Lançando sobre o papel uma ultima semente
Dando algum conforto aos outros desesperados
Quando lerem estas palavras, eventualmente
Saberão eles que não são os únicos atormentados