Soneto ao carnaval de Olinda e Recife
Olinda e Recife, teu carnaval
Ferve-me o sangue, causa arrepio
Embala-me com o povo em doce desvario
de uma embriaguez que não faz mal
Faz-me todo ano um pierrô vadio
Só mais um dentre a multidão sem igual
Apaixonado por esta cultura imortal
Da qual provo e nunca me sacio
E na quarta feira, morre ao amanhecer
o Pierrô deixando uma lágrima escorrer
Dos olhos para as ladeiras seculares
E a multidão retorna aos seus lares
Desfazendo-se dos sonhos com saudades
De um carnaval que nunca vai morrer