NEM ERA PRA SER E FOI...



Uma vez ele lhe deu dengo e chamego
E nem sabia, era uma questão de apego...
Não queria, mas não fez um só apelo.
Incesto de corpo nu, precoce, em pelo…

E o ato se fez na nudez não castigada
Pelo vício da luxúria, na violação casta,
Numa vista interior de cara e fachada
Água que não mata a sede e devasta…

Na friagem e abandono sente o mundo
No qual, entre prisões familiares vive,
A criança violada... E a violência maior

A deixa vazia, e o ferimento é tão fundo
Que sem espelho, tudo reflete e revive
O espantalho cujo retrato conhece de cor…

Ibernise.
Acau (Paraíba/Brasil), 15.01.2010.
Núcleo Temático Educativo.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.

Nota da autora.
Poema dedicado as crianças vítimas de incesto.
Ibernise
Enviado por Ibernise em 16/01/2010
Reeditado em 16/01/2010
Código do texto: T2032139
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