SONETO DA DESPEDIDA
Ainda uma vez deixa-me só tocar-te o rosto,
Como o orvalho a epiderme das rosas toca
Sem necessidade de receber algo em troca
Sem nenhum anseio de ter seu desejo posto.
Um toque só, de mão amiga e bem sincera
Como um encontro de pássaros descuidados,
Num jardim onde botões de rosa são mimados,
Mas não pretendem monopolizar a primavera.
E a minha mão rola em tua face sem pudor,
Como uma gotinha sobre pétalas deslizando,
E de repente cobrindo-te o corpo por inteiro;
E o teu olhar cobrindo o meu com tanto amor,
E o meu olhar no seu olhar se derramando,
Como a chuva engravidando esses canteiros.
Ainda uma vez deixa-me só tocar-te o rosto,
Como o orvalho a epiderme das rosas toca
Sem necessidade de receber algo em troca
Sem nenhum anseio de ter seu desejo posto.
Um toque só, de mão amiga e bem sincera
Como um encontro de pássaros descuidados,
Num jardim onde botões de rosa são mimados,
Mas não pretendem monopolizar a primavera.
E a minha mão rola em tua face sem pudor,
Como uma gotinha sobre pétalas deslizando,
E de repente cobrindo-te o corpo por inteiro;
E o teu olhar cobrindo o meu com tanto amor,
E o meu olhar no seu olhar se derramando,
Como a chuva engravidando esses canteiros.