LIBERTA-TE MUSA

Eu sonho e velo esta paixão por ti meu mel

Como um zangão, na sua colméia, sempre em vigília.

É que este amor doentio me deixa em falso fel

E em prantos, as lágrimas, fluem com tanta agonia.

Não quero que os tormentos crivem o amor cruel

Pois pena maior já possuo. Porfia fica na orgia

Da mente fria tentando a razão solúvel

Viver permanente contigo dia após dia.

Ao permitir entrelaçar você em minha alma

Não sabia que iria me deixar neste vil jeito

Pois esta dor irônica é que me traz o trauma

De querer todo este desconsolo desfeito

Viver em paz co’a musa. Poetar com calma

Meus versos, tristes ou alegres. Que é meu direito...