Tango
No vestido vermelho, o corpete justo,
da gentil dama, um generoso decote,
emana a sensualidade do seu busto;
na saia esvoaçante, das pernas, o dote...
A casaca preta, no nobre cavalheiro,
realça sua gravata branca, tão brilhante.
À meia luz, num momento alvissareiro,
inicia um tango, essa música fascinante...
Olhares se cruzam, certos os passos,
as pernas se tocam, o corpo responde;
apenas Gardel determina os compassos...
Dama e cavalheiro, na simples presença,
transformam a música, tão mais intensa,
que, a ela, o amor, jamais se esconde...
Oswaldo Genofre