Um protesto suicida
Tens um gosto amargo, reluzente lâmina!
Fria superfície refletiva e imaculada
Como a língua de Lutero, és afiada
Leve como os pés de uma dançarina
Contigo remodelarei minha face arrasada
dispensando o entorpecimento da morfina
E um desses olhos que te examina
Arremessarei para os mendigos na calçada
Aos Doutores que insano me proclamaram
Oferecerei a cartilagem já sem vida
Das orelhas que seus diagnósticos profanaram
E àqueles que me julgam um desesperado suicida
Não posso de fato, dizer-lhes que erraram
Pois neste momento esta previsão se consolida