Um protesto suicida

Tens um gosto amargo, reluzente lâmina!

Fria superfície refletiva e imaculada

Como a língua de Lutero, és afiada

Leve como os pés de uma dançarina

Contigo remodelarei minha face arrasada

dispensando o entorpecimento da morfina

E um desses olhos que te examina

Arremessarei para os mendigos na calçada

Aos Doutores que insano me proclamaram

Oferecerei a cartilagem já sem vida

Das orelhas que seus diagnósticos profanaram

E àqueles que me julgam um desesperado suicida

Não posso de fato, dizer-lhes que erraram

Pois neste momento esta previsão se consolida

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 11/01/2010
Código do texto: T2023575
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