Soneto n.118
Meu ser é excêntrico, é complexo,
um tanto louco... até perturbador;
sou eu, mas também meu reflexo,
o poeta mergulhado dentro da dor.
O meu lirismo corre em meu plexo,
a audácia brota como estranha flor
e se voo em rumo reto (ou convexo),
encho meus versos de sombria cor.
A minha alma sofre breves embaraços
trilhando assim seu caminho especial:
meio luz, meio sombra e aos pedaços.
Ah! Então a personalidade se desdobra
a ser leve ou profunda, múltipla, plural,
arrastando-me com ela em densa obra.
***
Silvia Regina Costa Lima
6 de janeiro de 2009-
Um pouco mais sobre os Heterônimos**
**Nome usado por um autor para assinar textos seus, como se fosse outra pessoa com biografia própria, mundividência e estilo peculiares.
Heteronímia (heteros = diferente; + ónoma = nome) é o estudo dos heterónimos, isto é, estudo de autores fictícios (ou pseudoautores) que possuem personalidade. Ao contrário de pseudónimos, os heterónimos constituem uma personalidade.
****
Sobre Fernando, meu poeta amado:
Na obra de Fernando Pessoa destaca-se a beleza da criação dos seus intensos heterônimos, onde seu "eu" dissolve-se em sua singular escrita, fragmenta-se em complexas personalidades - expressivas e densas.
Ao processar essa fragmentação do seu eu, ele multiplica-se espetacularmente em outros seres que possuem até identidade própria, transformando-se, e assim, tornando o falso, verdadeiro, como numa incrível mágica!
Sua escrita, plena de surpresas e de originalidade não foi, à sua época, bem compreendida por seus pares e nem bem aceita pelo povo. Mas mais tarde, ela lhe traria imensa fama dentro da literatura universal.
Seus mais conhecidos heterônimos são esses três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, que são personagens com maneiras particulares e individuais de olhar a Vida, o Mundo, e as Pessoas, e também carregando um estilo muito próprio de escrever.
Álvaro de Campos – Um poeta meio revolucionário, vivendo de maneira agitada e ansiosa, meio delirante, com um olho mais posto no futuro
Alberto Caeiro – um Mestre tranquilo, amante da Natureza, mais pacífico.
Ricardo Reis – Racional e realista como um médico, meio cético. .
Fernando Pessoa, meu amado poeta, levou a vida numa permanente busca de si mesmo e de auto-conhecimento.
Silvia Regina,
6 de dezembro de 2009
Meu ser é excêntrico, é complexo,
um tanto louco... até perturbador;
sou eu, mas também meu reflexo,
o poeta mergulhado dentro da dor.
O meu lirismo corre em meu plexo,
a audácia brota como estranha flor
e se voo em rumo reto (ou convexo),
encho meus versos de sombria cor.
A minha alma sofre breves embaraços
trilhando assim seu caminho especial:
meio luz, meio sombra e aos pedaços.
Ah! Então a personalidade se desdobra
a ser leve ou profunda, múltipla, plural,
arrastando-me com ela em densa obra.
***
Silvia Regina Costa Lima
6 de janeiro de 2009-
Um pouco mais sobre os Heterônimos**
**Nome usado por um autor para assinar textos seus, como se fosse outra pessoa com biografia própria, mundividência e estilo peculiares.
Heteronímia (heteros = diferente; + ónoma = nome) é o estudo dos heterónimos, isto é, estudo de autores fictícios (ou pseudoautores) que possuem personalidade. Ao contrário de pseudónimos, os heterónimos constituem uma personalidade.
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Sobre Fernando, meu poeta amado:
Na obra de Fernando Pessoa destaca-se a beleza da criação dos seus intensos heterônimos, onde seu "eu" dissolve-se em sua singular escrita, fragmenta-se em complexas personalidades - expressivas e densas.
Ao processar essa fragmentação do seu eu, ele multiplica-se espetacularmente em outros seres que possuem até identidade própria, transformando-se, e assim, tornando o falso, verdadeiro, como numa incrível mágica!
Sua escrita, plena de surpresas e de originalidade não foi, à sua época, bem compreendida por seus pares e nem bem aceita pelo povo. Mas mais tarde, ela lhe traria imensa fama dentro da literatura universal.
Seus mais conhecidos heterônimos são esses três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, que são personagens com maneiras particulares e individuais de olhar a Vida, o Mundo, e as Pessoas, e também carregando um estilo muito próprio de escrever.
Álvaro de Campos – Um poeta meio revolucionário, vivendo de maneira agitada e ansiosa, meio delirante, com um olho mais posto no futuro
Alberto Caeiro – um Mestre tranquilo, amante da Natureza, mais pacífico.
Ricardo Reis – Racional e realista como um médico, meio cético. .
Fernando Pessoa, meu amado poeta, levou a vida numa permanente busca de si mesmo e de auto-conhecimento.
Silvia Regina,
6 de dezembro de 2009