Corroído

No poema, cuja atenção, espero,
coloco tantas rimas, e não sou lido.
Nele será dito o que eu mais quero,
embora tudo, sem nenhum sentido...

Sempre feito para quem merece,
escrito, com afeição e puro apreço.
Se for por algo que não me apetece,
o verso sai, oculto fica o endereço...

Pela noite, relembrando o passado,
as letras, em lágrimas transformadas,
deixarão a poesia, no papel molhado...

As mágoas, tantas vezes retratadas
não deixam mais este poeta abatido.
Hoje, cada poema, já nasce corroído...

Oswaldo Genofre – 10/01/2010


Direitos autorais protegidos pela
Lei nº. 9.610 de 19/02/1998.


(Foto e formatação – Marieta Belo Genofre)

Os poemas retratam um sentimento dos autores muitas vezes não bem interpretado pelos seus leitores. As palavras ditas, escritas, rimadas, têm o sentido poético. Poema não é bilhete. Poema não é carta. Poema, diferentemente da poesia, é expressão abstrada do sentimento poético, na maioria das vezes sem sentido tendo como proposta, apenas atingir o leitor como se a ele fosse feito. Como já dizia Fernando Pessoa, o poeta é um ser mentiroso.

(Republicado)




Oswaldo Genofre
Enviado por Oswaldo Genofre em 10/01/2010
Reeditado em 20/04/2013
Código do texto: T2021988
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