AMOR VIRTUAL [CLXI]
Um amor virtual, melhor que bom,
não chega nem ao pé do verdadeiro,
aquele de abraçar-se, por inteiro,
olho no olhar e num total frisson.
Um xodó virtual reporta o cheiro,
porém, se não se toca no bem-bom,
os beijos e carícias perdem tom,
que o lume do casal é forasteiro.
Às vezes, na lonjura, amar tem sal;
há tempero tão bom, num virtual,
que olvidamos o amor à nossa mão.
Dentre pontos de vista muito opostos,
melhor dois casos tidos bem a postos:
um de lá e um de cá – eis a questão.
Fort., 10/01/2010.