MADRUGADA [CLX]
Toda em lençol de estrelas rebuçada,
às fragrâncias floridas de um luar,
sob o silêncio que não quer cessar,
lá se vai, na amplidão, a madrugada.
Da noite abertas portas, par em par,
a saudade doída, a vir malvada,
cai no peito do insone e, por um nada,
eis solidão que tenta se arranchar.
Ao ar luzente e fresco da natura,
em contato com tão cenário lindo,
fecho os olhos, e qual, oh, que ternura!
Telepática, a minha vista assume
asas e aí, no longe, bem te vê dormindo,
num leito róseo, dentre azul perfume.
Fort., 09/01/2010.