Soneto anônimo
Falo o dialeto do cais:ali onde a vida,entre o suor e entregas cúmplices
Escorre entre suor e desejos crus; entre personagens de estéreis almas
caminhos percorridos ,abro trilhas ,sangue nas mãos e olhares súplices
Espero algo que nem sei ...como meros atores aguardando as palmas
Centro de buscas multifacetadas , partidas nem sempre programadas
Atenções que se convergem neste ponto repleto de lutas desenfreadas
Corpos que se entregam e se deixam levar à mercê de mãos estranhas
À venda, sentimentos fugazes ,falsas ilusões coladas até nas entranhas
Neste caos infinito onde a ousadia se deixa servir pela própria razão
Instintos vitais à tona ,numa perversidade mórbida e deturpada ação
energia que emana , descoberta surpreendente causa extrema tensão
Na angústia do sonho dentro de um sonho se reflete a avidez sombria
Que incendeia e se alastra no furor encantado de um olhar insano
Deixa rastros indeléveis e se esconde no íntimo de uma existência fria