BOÉMIA SOLITÁRIA
Sufoquei-me em anseio
Aflito, contido e submetido
A pródiga dor.
Pretérito infernal do meu presente.
De careta em careta
Degusto a vodka que minha azia
Suplica eminentemente.
Azia que de ardência se sacia.
Depois uma tragada mais gostosa
Que um longo silêncio quebrado.
A fumaça que nubla a vista
E se mistura com a lágrima de solidão prodígio.
A vodka que acaba e o cigarro que apaga,
E o poeta que adormece.