BOÉMIA SOLITÁRIA

Sufoquei-me em anseio

Aflito, contido e submetido

A pródiga dor.

Pretérito infernal do meu presente.

De careta em careta

Degusto a vodka que minha azia

Suplica eminentemente.

Azia que de ardência se sacia.

Depois uma tragada mais gostosa

Que um longo silêncio quebrado.

A fumaça que nubla a vista

E se mistura com a lágrima de solidão prodígio.

A vodka que acaba e o cigarro que apaga,

E o poeta que adormece.

Renann Calazans
Enviado por Renann Calazans em 08/01/2010
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