Um ultimo soneto
Do alto deste edifício, temo que em tardia hora
Percebi o que me auto-infligi, minha querida
No momento em quem te deixei ir embora
Abriu-se em meu peito larga e cruel ferida
Sei que não adianta. Não me amas mais agora
E que seguiste em frente com tua vida
Nosso amor já não é mais o que fôra
O guardas apenas como uma lembrança ressequida
Quis saber de ti, certa vez, de forma até incisiva
Se eu suscitava-te algum sentimento, ainda que rancor
E Nunca recebi uma resposta àquela missiva
E lamento imensamente ter te causado tanta dor
Mantenho em meu peito uma centelha ainda viva
Daquilo que um dia foi o nosso amor