SOLTEI-ME DAS MINHAS LIGADURAS DO PASSADO...!


Desfiz-me de todas as minhas fantasias, joguei-me ao chão e chorei
Despi a mi´alma de todos os sonhos que ainda ousava conceber-me
Levantei a cortina do meu ego e devagarinho o meu passado encarei...!
Lá estava ele...! O dedo hirto em descarnada mão querendo apontar-me!


Oh! Passado de longínquas lembranças que arrasta na memória a sua grei
E ousando revolver toda a cinza que na alfombra camuflada aonde andei,
Ficaram os resquícios dos meus vícios nas perdidas noites de outrora...!
Quando resgatado da sanha de horríferos oponentes...! Eu vim embora!


Etéreas figuras com tão diáfanas formas, que de tão leves não podia tocar
Acenaram p´rá que eu pudesse subir até onde estavam tão lindas criaturas,
Mas vultos embaçados e sem formas que emanavam da terra, a se esforçar,


Tentaram me afastar dos acordes das liras, das vozes do coral e partituras...!
´Té que ouvi a voz que trovejava como o som de muitas águas a me chamar:
_ “Vinde a mim, meu amado escriba! Deixa-me te libertar das tuas ligaduras”!





"Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?" (Isaías 58 : 6)