AS MARAVILHAS DO POENTE

No rubro céu, linda moldura se desenha,

mais um abraço e se despede da jornada.

A derradeira claridade é sua senha,

por trás do monte a sua luz fica ocultada.

Raios intensos noutro instante agora amenos,

num beijo calmo de até logo no arvoredo,

breves afagos na montanha... Tão serenos!

Ele fenece - é transitório - e parte ledo.

No lago, espelho da saudade, a imagem bela

esvai-se aos poucos, pois a dama está na espreita

para ocupar em tal cenário o lugar dela.

O firmamento o rei cansado ainda enfeita,

voraz negror engole as cores da aquarela,

em nova aurora toda a terra se deleita.