Perfume
O perfume que toma este ambiente
É maldade que, perfeita, perpetua
A força da ilusão de que é tua
A boca que me invade, amarga e quente.
Se te amo ou só te quero é indiferente
Se é chama ou desespero ou se flutua
Esta voz que te queima a pele nua
E me faz fechar os olhos de repente...
Ah! Meus olhos são jardins de flores negras
Que vagam no teu corpo sem ter regras
E vivem do calor de um riso escasso
Que temem se perder no Sol que beijam
Que só abrem quando, inúteis, te desejam
E só dormem na ilusão do teu abraço...