A UM TORTURADOR [CLVII]

Não te atormenta teres torturado,

ouvindo gritos, berros e lamentos,

depois dos sádicos, cruéis tormentos

que tu causaste àquele encarcerado?

Não te doeu fazeres argumentos

com teu perverso braço desgraçado,

afeito a torturar, por mão do Estado,

deitando ao preso dores, sofrimentos?

Independente das funções que tinhas,

ó vil torturador, quão és rasteiro,

tu torturaste, já, quem nunca viste.

Imprescritível crime, então, mantinhas;

e sem razões plausíveis, por dinheiro

– pois o teu fado vai seres um triste.

Fort., 04/01/2010.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 04/01/2010
Reeditado em 05/01/2010
Código do texto: T2010356
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