Estrangeiro
Eu sou o que sou, de forma crua, um indivíduo
de natureza dinâmica que paradoxalmente
Tende para a êstase, e ferido mortalmente
Logo se esvairá sem deixar qualquer resíduo
Aflige-me, um instinto, um impulso latente
De escarnecer de tudo o que é perfeito
E dos que se acham imbuídos do direito
De pisar em quem estiver a sua frente
Seria fácil ser só mais um herege materialista
Mas sinto-me um extraterrestre iconoclasta
Cercado por um culto cego de idólatras
Uma estranheza para qual não tenho resposta
Só a mais incomoda dentre tantas outras
Desconfio que sangro por estas letras