Estrangeiro

Eu sou o que sou, de forma crua, um indivíduo

de natureza dinâmica que paradoxalmente

Tende para a êstase, e ferido mortalmente

Logo se esvairá sem deixar qualquer resíduo

Aflige-me, um instinto, um impulso latente

De escarnecer de tudo o que é perfeito

E dos que se acham imbuídos do direito

De pisar em quem estiver a sua frente

Seria fácil ser só mais um herege materialista

Mas sinto-me um extraterrestre iconoclasta

Cercado por um culto cego de idólatras

Uma estranheza para qual não tenho resposta

Só a mais incomoda dentre tantas outras

Desconfio que sangro por estas letras

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 01/01/2010
Reeditado em 02/01/2010
Código do texto: T2006496
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