RAMOS VERDES

RAMOS VERDES

Pequetitinha, verde, discreta, um charminho,

nasceu num pote do jardim. Não a plantei.

Mas como nasceu? De que semente? – indaguei,

nem me ouviu. Pra viver, só queria um cantinho.

Veio a chuva regar-lhe as raízes. Amei

vê-la crescer e evoluir tão de mansinho.

Passei a observá-la com muito mais carinho

quando suas primeiras folhinhas notei.

Já de manhã cedo – bom dia – lhe falava.

Sem agito, ela parece que só sonhava

em integrar a flora do chão brasileiro.

E aos primeiros galhos, lembrei de mim criança:

mamãe fazia chá e punha confiança

na infusão co’as folhas verdes do sabugueiro.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 01/01/2010
Reeditado em 01/01/2010
Código do texto: T2005584
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